PERGAMINHO


Concessão do título de Conde de Penaguião a João António de Sá e Penaguião


O pergaminho que a seguir reproduzimos, encontra-se em excelente estado, depois de devidamente restaurado, e foi por nós exaustivamente estudado.

Para ampliar as imagems, basta clicar nelas.

Se observarmos com atenção a parte superior das costas do pergaminho, notamos vestígios de texto escrito, mas práticamente ilegível.

Com recurso a técnicas de manipulação de imagem, conseguimos tornar legível em parte, o suficiente para verificarmos que esta zona foi primeiramente usada para escrever o pergaminho, começando pelo usual D. Joze I por Graça ... etc e adiante descortina-se ... João António Penaguião..., o que mostra ter havido uma primeira versão que foi apagada e o pergaminho usado de novo, começando pelo verso.

Daqui deduzimos que o texto agora visível, em ambos os lados, é o texto completo final e que, traduzido em letra actual, a seguir apresentamos:

Fizémos uma busca exaustiva nos arquivos da Casa da Suplicação, especialmente nos do cartório de Noronha Feital, bem como nos referentes a mercês, alvarás, decretos, relação de pessoal da corte de D. José I, etc, e não encontrámos qualquer referência a João António Penaguião.

Isso não significa que o registo deste pergaminho não exista, pois existem milhares de documentos não inventariados e é possível que por aí se encontre, aguardando a ocasião de poder ser reconhecido e inventariado..

Aliás, casos como este de alvarás não registados, ou melhor, em que os registos não foram encontradas, não são raridade e a sua validade é deduzida da observação do diploma em causa.

Pelo aspecto, selos, texto e material, aparenta ser genuíno.

Este documento não está datado, mas deve ter sido emitido entre 1756 e 1760, pois o anterior Conde de Penaguião, D. Joaquim Francisco de Sá Almeida e Menezes faleceu em 15 de Junho de 1756, sem deixar descendência, e como o pai de D. João António de Sá e Penaguião, D. Francisco de Sá e Menezes faleceu em Março de 1677, este tereria nascido, no máximo, até finais desse mesmo ano e seria portanto já octogenário, aquando do seu reconhecimento como Conde, situação verosímil, embora nos limites do aceitável.

Tal como já referimos anteriormente, posteriores pesquisas vieram a por em causa a veracidade desta descendência, e permitirem supor ter havido uma mistificação bem arquitectada, mas que não colocam em causa o facto de o título ter sido realmente atribuído e João António Penaguião ter ficado como 9.º Conde de Penaguião "de jure".

Empenhámos algumas dezenas de horas em buscas na Torre do Tombo, beneficiando da ajuda prestimosa de técnicos especializados nos diversos sectores pesquizados, a quem nos sentimos obrigados a expressar, não só o nosso agradecimento, como especialmente realçar a sua espontânea disponibilidade e a sensação de o estarem a fazer por gosto, mais do que por obrigação.

Se pretende guardar este documento, pode descarregá-lo daqui:

pergaminho

Preparado por José M. Fiadeiro em Maio de 2007