ORIGENS DA FAMÍLIA SILVA FIADEIRO

Encontámos a origem do nosso apelido Fiadeiro seguindo o método de pesquiza clássico, ou seja, partimos de dados seguros, neste caso, o conhecimento de que o nosso avô José da Silva Fiadeiro nascera a 30 de Dezembro de 1868 na Freguesia De Nª Srª Da Conceição - Covilhã .

O passo seguinte foi encontrar o seu registo de baptismo. Como nascera no século XIX, o livro de assentos já saíra da respectiva conservatória e encontrava-se no Arquivo Distrital de Castelo Branco. Uma carta com os dados acima expostos, foi enviada e a solicitar uma cópia do respectivo assento. Na volta do correio, apareceu um pedido do envio de 500$00, que foi enviado, o que, por sua vez, permitiu que esse documento nos chegasse às mãos.

Nesse documento consta ser filho legítimo de Ignácio da Silva Fiadeiro, desta mesma freguesia, neto paterno de José da Silva Fiadeiro e de Joanna da Graça.

Assim, ficámos a saber os nomes do pai e do avô, e também que o pai nascera na mesma freguesia, elemento determinante para encontrar o seu assento de baptismo. De notar que, quer o pai, quer o avô constam neste registo com o apelido Fiadeiro, consta os nomes das avós, e dos padrinhos, mas não o da mãe !

Para encontrar o assento de baptimo de Ignácio da Silva Fiadeiro, foi necessário recorrer aos arquivos da Torre do Tombo, embora tivesse sido possível recorrer aos Mormons, na Av Gago Coutinho, em Lisboa e também em Miratejo, na margem sul, que também têm microfilmes de quási tudo o que existe nos registos paroquiais na Torre do Tombo.

Aqui foi um pouco mais complicado, pois o nosso pai tinha um apontamento que dava 1820 como data de nascimento, do seu avô Ignácio, mas afinal, este nasceu em 14 de Agosto de 1826 na Freguesia de S. Bartolomeu, que foi posteriormente extinta e integrada na da Conceição. Ao longo da busca, e sempre com atenção aos nomes dos pais, José da Silva Fiadeiro e Joanna da Graça, fomos encontrando, um a um, os 11 filhos deste casal:

1. João Da Silva nasceu a 17 de Maio de 1818
2. Francisco Da Silva nasceu a 10 de Outubro de 1819
3. Maria Da Silva nasceu a 8 de Abril de 1821
4. Ignacio Da Silva nasceu a 14 de Agosto de 1826
5. Anna Da Silva nasceu a 13 de Junho de 1828
6. Manoel Da Silva nasceu a 18 de Dezembro de 1831
7. Joaquina Da Silva Fiadeiro nasceu a 3 de Agosto de 1832 - 1º apelido Fiadeiro
8. António Da Silva Fiadeiro nasceu a 15 de Janeiro de 1835
9. Ritta De Jesus Da Silva Fiadeiro nasceu a 3 de Março de 1837
10. Roza Da Silva Fiadeiro nasceu a 7 de Fevereiro de 1839
11. Francisco Da Silva Fiadeiro nasceu a 30 de Novembro de 1840

Só que, de inicio, José da Silva e Joanna da Graça, apareciam, mas Fiadeiro nem rasto. Mas todos tinham em comum serem netos de João da Silva e Maria Jacinta, e na mesma freguesia de nascimento ( S. Bartolomeu ). Só a fls. 179, no registo de Joaquina, é que aparece, pela primeira vez, o apelido Fiadeiro, filha de José da Silva Fiadeiro e neta de João da Silva ( sem Fiadeiro ), e apenas no registo de Roza é que o avô João aparece também com o apelido Fiadeiro, o mesmo sucedendo no registo do 2º Francisco ( o 1º morreu em 1820 ).

Entretanto, nas folhas 162 verso e 163, ambas referentes a assentos de baptismo em que foi padrinho, realizados na mesma data, 22 de Novembro de 1829, surgem as assinaturas que apresentamos abaixo, obtidas desses registos de baptismo, como José da Silva no primeiro e como José da Silva Fiadeiro no segundo, sendo que ambas estão assinaladas com uma cruz, o que significa que essas assinaturas foram feitas pelo prior, a rogo, por ele não saber escrever:

e enquanto não encontrar outro registo com data anterior, e onde surja o apelido Fiadeiro, o que pode acontecer, e noutros documentos que não apenas neste livro de assentos, é esta data acima indicada que podemos assumir como nascimento deste apelido, talvez por José da Silva ter sido um industrial de lanifícios.
É de notar que nos registos desta época, é frequente encontrar a profissão do pai ou avô, associada ao nome, Por ex. João da Silva Sapateiro, Manoel da Silva Carpinteiro, etc,.
Curiosamente, todos os descendentes de José da Silva Fiadeiro, inclusivamente os que não foram baptisados com este apelido, como é o caso do nosso bisavô Ignácio, adoptaram-no posteriomente e transmitiram-no às gerações subsequentes.
Já o mesmo não aconteceu com o irmão dele António, que continuou apenas Silva, bem como a sua descendência.

Entretanto, conseguimos encontrar o assento de baptismo de José da Silva, filho de João da Silva e de Maria Jacinta, nascido a 28 de Abosto de 1799, na freguesia de Santa Marinha, Covilhã, bem como de João da Silva, nascido a 26 de Fevereiro de 1775, na freguesia de S. Romão, Seia, filho de Manoel Marques e Isabel Duarte, e também os assentos de baptismo destes últimos, Manoel em 22 de Maio de 1724 e Izabel em 2 de Outubro de 1735.

Manoel Marques é filho de Joam Marques e de Cecilia da Sylva, o que pressupõe que a raiz Sylva vem do lado materno.

Continuando a pesquiza no mesmo livro, encontrámos o assento de Cecilia, baptisada em 5 de Dezembro de 1704, mas sem ter mencionado a data de nascimento, bem como apenas os nomes dos pais, Matheus Jorge e Luiza da Silva, sem qualquer referência às freguesias de origem destes últimos, o que dificulta sobremaneira a pesquiza seguinte, no entanto, e com a juda de uma prima Fernanda Farrajota, descendente de uma irmã de Cecilia, Maria Luiza da Sylva, encontámos os pais de Luiza da Silva, Luiz Affonso e Izabel Jorge, no seu assento de casamento em 1 de Junho do ano de 1704.

Podemos neste momento confirmar a origem do nosso apelido Silva, em S. Romão, concelho de Seia, e já entrados no Século XVII, onde os registos são cada vez mais parcos de informação e com letras de muito difícil decifração. Mas ainda não desistimos de prosseguir !

Ultapassados que estejam problemas de compatibilidade de ficheiros, esperamos poder acrescer a descendência da irmã de Cecilia à nossa base de dados.

Serve este apontamento, não só como certidão de nascimento do nosso apelido Fiadeiro, mas também como guia para quem queira meter-se em trabalhos destes, e, principalmente, para que quem ler isto perceber da importância de se saber, não só datas de nascimento, matrimónio e falecimento, mas também as freguesias onde esses acontecimentos tiveram lugar, único meio de alguém poder ter acesso aos registos autênticos e verificar se estão certos, ou para investigar linhas do lado paterno ou materno, e que não constam nesta base de dados.

Deste breve estudo podemos concluir que o nosso apelido é Silva Fiadeiro, em conjunto, facto que passou despercebido e levou a cair o Silva em muitos descendentes, perdendo-se assim a verdadeira raíz do apelido. Por curiosidade, o nosso pai registou a primeira filha com o apelido Silva Fiadeiro, mas os seguintes ficaram sem o Silva.