Realizada uma pesquisa na base de dados da Torre do Tombo, sob título "fiadeiro", mostrou referências que escapavam à nossa base de dados, indiciando que o nosso apelido não era afinal exclusivo nosso.
O documento mais antigo remonta a 1615 e refere-se a um indivíduo de nome Pedro Fernandes, também conhecido por: Pêro Fernades, o Fiadeiro, salineiro acusado de blasfémia.
Sem mais dados, parece no entanto ser legítimo associar este "o Fiadeiro" a um presumível músico do género atrás referido.
No entanto, mais dois resultados, referidos a 1881 e 1933, mostram um ramo com apelido Fiadeiro e que nos havia passado desapercebido:
Feito um pedido ao Arquivo Distrital de Vila Real, recebemos um conjunto de registos, os quais permitiram estabelecer a árvore genealógica deste ramo e que poderá ser consultada através dos seguintes links:
Uma apreciação cuidada desta base de dados, especialmente a leitura dos registos paroquiais, revela que o uso deste apelido aparece de forma descontínua, quási sempre por referência posterior, tal como aconteceu com o nosso primeiro Fiadeiro em relação aos primeiros filhos, só que no nosso caso, o apelido foi assumido de forma consistente a partir daí até aos dias de hoje, enquanto neste novo ramo, não encóntramos qualquer assento de batismo com o apelido Fiadeiro, o qual aparece apenas no assento de óbito do último descendente masculino António Augusto de Souza, nascido em 1879 e falecido em 1933.
Afora este último, são sempre referências que não têm correspondência nos assentos de batismo correspondentes.
Fica a sensação de este Fiadeiro estar ligado a uma tradição do tipo musical ou divertimento, mais do tipo alcunha do que apelido.
De qualquer modo, não conseguimos encontrar descendentes actuais deste ramo, possívelmente por esgotamento da transmisão masculina, e daí a sua perda.
No caso da nossa família, pensamos que José da Silva, o primeiro Fiadeiro, terá adquirido esse nome por via de referência à sua actividade profissional, a indústria dos lanifícios.
Infelizmente, todas as pesquizas que fizémos até agora, no sentido de encontrar uma referência sólida que sustente essa presunção, não encontrámos qualquer pista, nem na literatura relativa a esta indústria na Covilhã, nem nos arquivos da Real Fábrica das Sedas, nem no Museu da Lã.
No entanto, a sua descendência ficou documentalmente relacionada com esta indústria, e o filho Ignácio veio a casar com uma Amaral Grainha, família essa documentalmente provada como tendo tido ligação à gestão de Real Fábrica das Sedas.
Podemos assim dizer que já não estivémos sós, mas que nos dias de hoje, e até prova em contrário, o apelido Fiadeiro é exclusivo da nossa família.